Sapatos: salto agulha, stiletto, o queridinho das mulheres


Marilyn Monroe tinha uma máxima quando se referia aos sapatos: “Não sei quem inventou o salto alto. Mas as mulheres lhe devem muito.” 

O universo feminino é cheio de truques e mistérios, e as mulheres adoram demonstrar segurança e poder, não é mesmo? Unindo poder e feminilidade, os acessórios mais desejados por elas são os sapatos, de todas as cores e formas, em especial, os modelos altos, com salto agulha ou salto lápis, ou mais conhecidos como stiletto

Criado e idealizado no final da década de 40, na Itália, em madeira, o modelo perdurou entre os diferentes estilos femininos, sobrevivendo às tendências e releituras, como sinônimo de poder.

Um dos mestres em criar o acessório foi o designer francês Roger Vivier. Sempre muito requisitado na sociedade parisiense, Vivier trabalhou com grandes nomes da moda, como Elsa Schiaparelli, Christian Dior e Yves Saint Laurent, difundindo seu estilo de vanguarda. Na Maison Dior, o habilidoso estilista vivenciou o estilo new look e a aparição do salto vírgula. 

Nos anos 50, o "sapateiro" fez uma releitura do modelo stiletto, utilizando um novo material para o salto, que antes era esculpido em madeira. Criou uma haste fina em metal. 

Roger Vivier - Momu

Assim como Vivier, três designers ganharam prestígio ao longo dos anos, aqui na Europa, quando pensamos em sapatos altos, femininos e luxuosos: o italiano Salvatore Ferragamo, sapateiro de ícones como Marilyn Monroe, Audrey Hepburn e Sophia Loren; o espanhol Manolo Blahnik, que tornou-se conhecido após a personagem Carey Bradshow, de Sarah Jessica Parker - Sex and the City - desfilar seus sapatos no set do filme; e o designer francês Christian Louboutin, com sua sola vermelha como marca registrada. 


No Brasil, o trabalho artístico feito em sapatos chama a atenção. É tão forte que grande parte da produção é exportada. São muitas marcas por trás das criações, entretanto, no mercado de luxo, a marca homônima de Alexandre Birman está à frente quando pensamos em luxo, feminilidade e sofisticação.



O salto agulha também faz parte do universo fetichista. É um instrumento erótico, sensual, e habita não só o imaginário feminino, mas, consequentemente, o masculino. 

Antes da moda ditar tendências sobre os sapatos, os fetichistas já defendiam modelos extremamente altos, tornando os saltos tão populares quanto os espartilhos dentro da subcultura fetichista. 

A altura do salto inspira poder e dominação. Na psicanálise, Freud definia o sapato como um fetiche, pois era a última coisa que o menino poderia ver, sob a saia de sua mãe, antes de ver os “aterrorizantes genitais femininos”. 



Ao usar um salto agulha, a parte inferior do corpo da mulher fica em tensão, toma forma. Com o passar do tempo, o salto ganhou visibilidade e foi usado por tipos distintos de mulheres, de meretrizes à pin-ups, de senhoras à senhoritas, possibilitando à mulher moderna ir do trabalho a eventos finos com muita elegância.

Apesar de ser um objeto que integra o fenômeno social da moda, onde as necessidades materiais mudam em uma velocidade cada vez mais rápida, e os produtos têm um tempo mínimo de permanência tanto no mercado quanto na lembrança dos consumidores, o salto agulha, ou stiletto, conseguiu manter-se à frente dos diferentes lançamentos, consagrando-se no mercado de moda e, também, no imaginário masculino.



Bisous! 


*Fonte: Valerie Steele. Fetiche: moda, sexo & poder. 
*Imagens: acervo pessoal



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