Alfredo Orobio é o cara!




Quem me conhece sabe que amo moda e que sou uma ativista de boas ideias. Então, quando uma nova iniciativa surge em meio a tantos lançamentos na indústria criativa, gosto de compartilhar e de fazer barulho. 

Essa semana, todos os holofotes estão virados para o brasileiro Alfredo Orobio, um criativo e economista que, generosamente, criou uma plataforma colaborativa on-line, em que pessoas de qualquer parte do mundo podem acessar, criar peças de roupa e ajudar nas criações de outros "criativos". 

A ideia é bem simples. No entanto, a atitude de Alfredo é genial. No mundo atual, há cada vez mais individualismo e medo de falar sobre ideias e projetos. A concorrência é destrutiva e faz com que os profissionais tenham medo de arriscar. Muitos, inclusive, mudam suas técnicas para que fique "de acordo" com o que o mercado quer. E os criativos recuam, abrindo mão de boas ideias, inovação e novos conceitos.

O projeto coletivo AWAYTOMARS (ATM) funciona "mais ou menos" assim. Qualquer pessoa que queira se arriscar na criação pode (e deve) pôr a mão na massa. Não é preciso ser designer de moda, não é preciso ter feito curso de corte e costura ou modelagem. Basta criar e se inscrever no site. Mas claro, há um processo de triagem feito pelos colaboradores da marca, para que os projetos selecionados estejam de acordo com o que a ATM espera.

A intensão de Alfredo, segundo entrevista cedida ao Estadão, é ver peças criadas por pessoas de diversos ramos, sejam engenheiros, dentistas, donas de casa ou com outra profissão. Isso significa novas ideias, novos estilos, novos padrões para um mercado que não consegue dar conta de tudo.

A demanda de moda é frenética. É impossível, para um criador, vencer tudo o que aparece de novo nas lojas e nas ruas. É ai que entra a genialidade de Alfredo Orobio: dar espaço à imaginação de novos criativos, trazendo estilos e conceitos diferentes e divertidos como novidade. 

Nas peças geradas pelo projeto, a modelagem é sem gênero, unissex.  Tanto homens quanto mulheres podem fazer uso da mesma, outra pegada cool da marca. E nas etiquetas, a assinatura do criador vem junto ao nome ATM. Também, o material utilizado na confecção das roupas vem de um financiamento coletivo, e a venda é realizada no e-commerce da marca. 

Com a plataforma colaborativa e inovadora de Alfredo, uma simples peça de roupa pode ser idealizada por mais de uma pessoa. No projeto, foram mais de 400 "criadores" de moda. A coletividade na criação gera novas informações e as peças, apesar de minimalistas, vêm carregadas de história e autoria. E não pense que o "estilista" que criou a roupa sai de "mãos abanando". Parte do valor da venda (20%) vai para ele.

Algumas peças das coleções são selecionadas e podem ser vistas na semana de moda de Lisboa. 

Parabéns pela iniciativa, Alfredo. Espero que outras novidades venham por ai.


Bisou!


*Para mais informações a respeito da marca e de como participar, acesso o site da ATM.

*Imagem: Getty Images


   

Comentários

Postagens mais visitadas